Especial 2: O São José no Brasileirão 90 – Parte 18
Animado pelo fim de uma sequência de 11 partidas sem vitória, o time foi buscar um ponto no Nordeste, em jogo difícil no estádio dos Aflitos. É o assunto da Parte 18 do Especial 2 do Jogando Juntos, lembrando o São José no Brasileirão 90.
Restando quatro rodadas para o final da fase de classificação do campeonato, o São José, com 12 pontos, estava na 17ª das 20 posições e ainda precisava correr para não terminar nas duas últimas da zona de rebaixamento. Pela 16ª rodada, foi a Recife visitar o Náutico, 14º colocado e com 14 pontos.
Na escalação do técnico joseense Ademir Mello, o meio-campista Henrique pôde voltar de suspensão por terceiro cartão amarelo, reassumindo a posição deixada para o ponteiro-esquerdo Wanks. A principal novidade era o meio-campista Alemão novamente improvisado na lateral esquerda. O titular Joãozinho, com grave contusão, já estava afastado do restante da temporada. O versátil zagueiro Bira, reserva imediato da lateral esquerda, tinha recebido o terceiro cartão amarelo nos 2 a 1 da rodada anterior contra o baiano Vitória.
O Náutico vinha de uma vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro e queria somar mais dois pontos diante da torcida. O meia Augusto e o artilheiro Bizu atravessavam ótima fase e o segundo era o grande ídolo da torcida.
O jogo
No dia 4 de novembro, um domingo, às 18h, 5.753 torcedores pagantes estiveram no estádio dos Aflitos e incentivaram o Náutico até o apito final. Em casa, o time pernambucano conseguiu manter o São José no campo defensivo e com raras oportunidades para armar contragolpes.
No 0 a 0 do primeiro tempo, o atacante joseense Viola, mesmo isolado, deu trabalho aos zagueiros Barros e Freitas. Aos 23 minutos, quase conseguiu uma escapada que terminaria em um cara a cara com o goleiro Celso.
Depois do intervalo, com o Náutico pressionando, o goleiro Luiz Henrique virou o nome da partida. Sempre seguro quando acionado, ainda fez a defesa do jogo ao abafar um chute de Bizu, livre na área e após troca de passes com infiltração pelo meio da defesa joseense.
Resistente e com os jogadores atuando com qualidade, determinação e atenção redobrada, o São José sustentou o 0 a 0 até o final e manteve a 17ª colocação e com uma invencibilidade de cinco partidas.
Os times
O São José, do técnico Ademir Mello: Luiz Henrique; Marcelo, Leandro, Celso e Alemão; Luís Carlos Goiano, Amauri, Vander Luiz e Henrique (Wanks); Tita (Moura) e Viola. Permaneceram no banco: Pedro Paulo, Eugênio e Peu.
O Náutico, do técnico Otacílio Gonçalves: Celso; Levi, Barros, Freitas e Célio Gaúcho; Lúcio Surubim, Müller (Léo) e Augusto: Bizu, Buião e Possí (Ocimar). Permaneceram no banco: Mauri, Gena e Lau.
O árbitro foi Dalmo Bozzano (SC), com os assistentes Osvaldo Meira Júnior (SC) e José Patrício de Mattos (SC).
Rodada e classificação
A 16ª rodada teve os seguintes resultados: Náutico 0 x 0 São José; Corinthians 1 x 0 Santos; Cruzeiro 1 x 2 São Paulo; Palmeiras 1 x 0 Internacional de Limeira; Portuguesa 0 x 0 Atlético-MG; Bragantino 0 x 0 Goiás; Flamengo 0 x 1 Grêmio; Internacional 1 x 2 Botafogo; Vasco 0 x 0 Bahia e Vitória 1 x 2 Fluminense.
O Atlético-MG perdeu a liderança para o Grêmio, que chegou aos mesmos 22 pontos e com 8 a 7 no número de vitórias.
A classificação geral, com a vitória valendo dois pontos, ficou assim: 1º – Grêmio e Atlético-MG (22); 3º – Corinthians (20); 4º – Cruzeiro (19); 5º – São Paulo, Bragantino e Goiás (18); 8º – Palmeiras, Botafogo, Bahia e Santos (17); 12º – Náutico e Vasco (15); 14º – Flamengo e Vitória (14); 16º – Portuguesa e São José (13 e 3 gols na diferença de saldos); 18º – Internacional (11) e 19º – Inter de Limeira e Fluminense (10).
Punição
No jogo entre Vitória e Fluminense, o time baiano abriu o placar com um gol de falta do estreante meia Nardela, reforço vindo do Joinville (SC) e após projeção no XV de Piracicaba. E como o regulamento proibia a utilização do mesmo jogador em outro campeonato das três divisões (séries A, B e C) em disputa, o time baiano foi punido.
Na segunda-feira, o Departamento Técnico da CBF aplicou a pena regulamentar retirando cinco pontos do Vitória. O clube baiano ficou na dependência de um julgamento na Justiça Desportiva e momentaneamente, com apenas 9 pontos na classificação, descendo ao último lugar.
Na antepenúltima rodada, o São José teria um concorrente direto em casa. Será o assunto da Parte 19 do Especial. Até lá.
Na foto (Reprodução/Acervo do Clube Náutico Capibaribe), o goleiro joseense Luiz Henrique segurando a bola em uma das suas intervenções na partida.