Especial 2: O São José no Brasileirão 90 – Parte 20
Na última semana da fase de classificação do campeonato, o São José tinha um jogo no Rio e outro em casa para somar um ponto e garantir a permanência na divisão da elite nacional. As disputas e o planejamento joseense são os destaques da Parte 20 do Especial 2 do Jogando Juntos, lembrando a participação do time no Brasileirão 90.
O campeonato começou com os 20 times se enfrentando em turno único e também divididos em dois grupos para efeito de classificação. Nas primeiras 10 rodadas, os times de um grupo enfrentaram os do outro e os dois campeões de grupo (Atlético-MG e Grêmio) garantiram duas das oito vagas do mata-mata das quartas de final.
Das nove rodada restantes, com os times do mesmo grupo se enfrentando, sete já estavam fechadas e as duas restantes também definiriam os quatro qualificados da classificação geral e os dois últimos que seriam rebaixados à Série B de 91.
No Grupo A, o Vasco (9 pontos) liderava e com quatro concorrentes colados: Santos (8), Botafogo (8), Goiás (8) e Bahia (8). O Atlético-MG (7), já classificado, jogava para melhorar a campanha. O Corinthians (6) e o Bragantino (6) também estavam somando para a classificação geral e a Portuguesa (6), mais preocupada com o risco de rebaixamento, queria sair do sufoco, assim como o Internacional (4).
No Grupo B, o Palmeiras (12) liderava e o vice-líder Grêmio (11) já estava classificado. O São Paulo (10) ainda poderia chegar na frente e o Flamengo (8) e o Cruzeiro (7) tentavam somar de olho na classificação geral. O São José (8), mesmo bem posicionado, queria apenas garantir a permanência na elite, assim como os outros quatro restantes: Náutico (6), Fluminense (4), Vitória 2) e Internacional de Limeira (2).
A classificação geral, com a vitória valendo dois pontos, estava assim: 1º – Grêmio (24 pontos); 2º -Atlético-MG (23); 3º – Goiás e Corinthians (20); 5º – São Paulo, Cruzeiro, Bahia e Santos (19); 9º – Palmeiras, Bragantino e Botafogo (18); 12º – Vasco – 17; 13º – Flamengo e Náutico (16); 15º – São José (15); 16º – Portuguesa (13); 17º – Fluminense e Internacional (11); 19º – Internacional de Limeira (10) e 20º – Vitória (9).
O Vitória, punido por utilizar um jogador que já havia atuado por outra divisão (o meia Nardela, vindo do Joinville-SC, da Série B), de acordo com o regulamento da competição, já estava condenado. No entanto, ainda aguardava o resultado de um recurso para tentar recuperar os cinco pontos perdidos. E com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva deixando o julgamento para depois das duas últimas rodadas, os ameaçados faziam contas.
Os jogos
Na quarta-feira, pela 18ª e penúltima rodada, jogariam: Fluminense x São José, Palmeiras x Cruzeiro, São Paulo x Grêmio, Flamengo x Internacional de Limeira, Vitória x Náutico, Santos x Botafogo, Atlético-MG x Corinthians, Internacional x Portuguesa, Bragantino x Vasco e Goiás x Bahia.
Depois, no domingo e pela última: São José x Flamengo, Grêmio x Palmeiras, Náutico x São Paulo, Internacional de Limeira x Fluminense, Cruzeiro x Vitória, Vasco x Santos, Corinthians x Internacional, Portuguesa x Goiás, Botafogo x Bragantino e Bahia x Atlético-MG.
Dúvida
O São José necessitava de mais um ponto para não ter que esperar o julgamento do Vitória nem tropeços de concorrentes. Como o jogo de quarta-feira era crucial para o Fluminense, o diretor de futebol Diede Lameiro defendia a estratégia de poupar os principais jogadores (principalmente os pendurados com dois cartões amarelos) e garantir força total para a última rodada, em casa, contra o Flamengo.
O técnico Ademir Mello entendia que o São José deveria explorar o seu melhor momento no campeonato, de cinco jogos sem derrota, e buscar o ponto no Rio. Depois, ainda teria uma segunda chance recebendo o Flamengo.
A partida contra o Fluminense será o assunto da Parte 21 do Especial, até lá.
Na foto (Reprodução/Acervo do EC Vitória), o meia Nardela estreando no Vitória e abrindo o placar com um gol de falta. Depois, em Salvador e pela 15ª rodada, o Fluminense virou para 2 a 1 e venceu no estádio da Fonte Nova.