Futebol da região está de luto pelo meia Nenê
O futebol da região está de luto pelo ex-jogador Nenê, meia histórico do atualmente desativado Guaratinguetá e vítima de um ataque cardíaco. Radicado na cidade, era professor de uma escolinha de futebol. Teve passagem pelo Taubaté, em 2013, e quando anunciado pelo São José, em 2011, desistiu para ir ao gaúcho Caxias.
No Guaratinguetá, o jornalista Fabrício Junqueira acompanhou Nenê como assessor de Imprensa do time. Hoje, postou o seguinte texto:
O Pé de Anjo de Guaratinguetá foi jogar no céu
Nenê, maior ídolo da história do Guaratinguetá Futebol, presente em tantas conquistas, o xodó da cidade, resolveu decidir jogos, bater faltas magistrais, alegrar corações no estádio mais importante de todos, no céu, nos braços de Deus.
Na noite desta última quarta-feira, por volta das 23h em Guaratinguetá, o meio-campista sofreu um infarto fulminante aos 45 anos. Carlos Gilberto Fantini, fez história no futebol paulista defendendo grandes camisas como do Santo André (clube que o revelou), São Bento, Ponte Preta, Paulista, São Bernardo FC e Taubaté. Também jogou no Figueirense e atuou no exterior e clubes como São Raimundo, Cuiabá e Caxias (RS).
Meio-campista ofensivo, muito habilidoso, exímio com bolas paradas e muito inteligente na organização de jogo, Nenê conquistou seus principais títulos defendendo as cores do Guaratinguetá Futebol. Durante os anos de 2006, 07, 08, 09, 10, 12 e 2014 (quando pendurou suas chuteiras) o chamado “Pé de Anjo” foi o principal nome da equipe do Vale do Paraíba. Ao todo foram aproximadamente 45 jogos e 15 gols marcados, com destaque para o gol marcado na final diante do Noroeste em Bauru do Torneio do Interior em 2007.
Em 2008, o meia foi peça chave da equipe que terminou o Paulistão na liderança e semifinalista da competição. Nene também foi decisivo no acesso do “Guará” a série A-1 em 2006 e a para série B do campeonato brasileiro em 2009.
Nenê era ídolo de uma cidade e região, após encerrar sua carreira como atleta profissional acabou fixando residência em Guaratinguetá ao lado da esposa e filha, era muito querido na cidade que acorda nesta quinta-feira em luto e com a dor de perder um verdadeiro filho, aquele que escolheu e foi escolhido pela terra de São Frei Galvão.
O velório e enterro deve acontecer na cidade de Santo André, mas ainda não foi informado horário e local exato.
Adeus amigo…
Talvez, esse seja um dos mais difíceis textos que escrevi. Como ex-colega, amigo e fã, escolheria mais uma vez homenagear, lembrar dos gols, da irreverência das brincadeiras, do riso, da alegria quando soube que seria pai, da paixão que dedicou ao futebol e sua gentileza.
Tenho certeza que você está vestido com a camisa vermelha com detalhes em azul e branco, já pronto para vestir a dez e fazer mais uma linda história, assim como foi por aqui.
Nosso eterno Pé de Anjo estará eternamente em nossas lembranças e corações.
Fabricio Junqueira
Outra homenagem
Cronista esportivo e historiador do futebol de Guaratinguetá, Bruno Leandro postou o seguinte texto.
O maior nome da história do saudoso Guaratinguetá Futebol, acabou nos deixando de forma prematura, aos 45 anos.
Carlos Gilberto Fantini, ou Nenê, como era conhecido, chegou ao Tricolor do Vale no final de 2005 para a disputa da Série A2 de 2006, na qual o clube conseguiu o acesso para a elite.
Nenê foi um dos poucos jogadores do Guaratinguetá que ultrapassaram a marca dos 100 jogos, além de ser o maior artilheiro da história do clube. Ele fez 39 gols, assim como o ex-atacante Rodrigo.
Jogos
Primeiro jogo: 4-2-2006: Grêmio Barueri 2 x 1 Guaratinguetá. (neste jogo marcou o seu primeiro gol pela Garça)
Último gol: Guaratinguetá 3 x 2 Guarani, pela Série A2 de 2014, anotou de pênalti, ainda no primeiro tempo, no gol de fundos do Dario Rodrigues Leite.
Último jogo: Guaratinguetá 1 x 2 Marília (Série A2 de 2014).
Em 2008 em uma eleição entre os torcedores, acabou levando a bola de ouro como o maior jogador da história do Guaratinguetá.
Pelo Guaratinguetá foram 127 jogos e 39 gols.
Foi uma honra ter sido contemporâneo da sua trajetória no futebol, um dos maiores meias que vi jogar.
Vai com Deus, “Eterno Pé de Anjo”.
Na foto (Guaratinguetá/Divulgação), Nenê em uma partida contra o Corinthians.