Ex-São José será o primeiro brasileiro na NBA do rugby

Pela primeira vez na história um atleta formado no Brasil jogará o Super Rugby Pacific. Com passagem pelo São José Rugby, ele poderá ser visto na “NBA do rugby” porque a competição terá transmissões pelo Star+.

Confira no material enviado por Carlos Alessandro e Victor Ramalho, da assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).

Um feito histórico para o rugby brasileiro. Aos 27 anos, Wilton “Nelson” Rebolo se tornará o primeiro atleta formado no rugby brasileiro a jogar o Super Rugby Pacific, a liga da Oceania, que conta com equipes de Nova Zelândia, Austrália e Fiji. Nelson, que tem 30 jogos oficiais pelos Tupis (a Seleção Brasileira) atua como primeira linha (tanto de hooker como de pilar) e defenderá as cores dos australianos do Western Force, da cidade de Perth.

O Super Rugby Pacific reúne a nata do rugby do continente onde o rugby é mais popular, com todos os atletas dos All Blacks (a seleção da Nova Zelândia, tricampeã do mundo) e com a maioria dos atletas dos Wallabies (a seleção australiana, bicampeã mundial) e de Fiji contratados pelas 12 equipes da liga. São ao todo 6 times baseados na Nova Zelândia, 5 na Austrália e 1 em Fiji. A temporada 2023 do Super Rugby Pacific terá início no dia 24 de fevereiro.

A trajetória

Formado no Mastodontes de Catanduva, interior paulista, Nelson passou ainda por outros três clubes brasileiros – Band Saracens, São José e Pasteur – e desde 2020 estava na Major League Rugby, a liga profissional norte-americana, da qual foi campeão em 2022 atuando pelo New York. O feito de ser campeão da MLR já havia sido inédito para um brasileiro.

“Sempre foi meu sonho jogar no Super Rugby, todos os meus companheiros do Brasil têm esse sonho. O Force é um grande time e me sinto sortudo por ter tido essa oportunidade”, afirmou Nelson. “Estou animado para jogar e trarei muito entusiasmo. Sou um grande executor na hora do scrum e mal posso esperar para aprender com Simon Cron [treinador do Force], especialmente no jogo estratégico. Acho que vou ganhar muita experiência no Force e isso vai elevar meu nível dentro da Seleção Brasileira e aumentar muito a qualidade do meu jogo.”

O técnico Simon Cron está ansioso para ter Nelson em campo, pressionando o time mais amplo em todas as facetas do treinamento. “Wilton é rápido, explosivo e traz muito tamanho ao elenco. Ele é forte defensivamente e no ataque tem uma pisada muito boa. O mais importante para nós é capitalizar seus pontos fortes e ajudá-lo a melhorar nas áreas de lances de bola parada, já que ele começa a pressionar vários jogadores do elenco por uma vaga de titular”, afirmou Cron. “Uma das coisas que precisamos em nosso esquadrão é o que chamaríamos de ‘lutadores de rua’, então precisamos de caras que fazem exercícios de contato duro e batem forte continuamente. Ele é obviamente um desses jogadores”.

Curiosamente, o Western Force já teve no passado outro atleta que vestiu a camisa dos Tupis, David Harvey, formado no rugby australiano, mas com mãe brasileira. Harvey atuou no Force em 2012, mas defendeu o Brasil depois, entre 2015 e 2016.

As grandes ligas

O rugby internacional conta com quatro grandes ligas, que reúne juntas os maiores jogadores das grandes seleções do planeta. São eles o Super Rugby Pacific, o Top 14 francês, a Premiership inglesa e o United Rugby Championship (com times sul-africanos, italianos, irlandeses, escoceses e galeses).

Criado em 1996, o Super Rugby é a competição referência para o rugby mundial, justamente por contar com os atletas de duas das maiores potências do esporte, Nova Zelândia (All Blacks) e Austrália (Wallabies). Pelo nível de jogo elevado e famoso pela plasticidade, a competição pode ser comparada com a NBA do basquete, ainda que o cenário do rugby mundial seja mais parecido com o do futebol, com um conjunto de ligas (quatro, no caso do rugby) se sobressaindo financeira e tecnicamente.

Na foto (CBRu/Divulgação/rugbyunited), Nelson durante a premiação como campeão da liga norte-americana em junho.

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