Rugby feminino brasileiro decide título no domingo

A Seleção Brasileira Feminina de Rugby XV, com jogadoras do São José e Jacareí, tem uma decisão de título neste domingo. O triangular do Américas Rugby Trophy Women terá seu desfecho na capital de Mato Grosso.

Confira no material enviado por Victor Ramalho, da assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).

Primeiro torneio internacional de rugby XV feminino disputado no Brasil na história, o Americas Rugby Trophy se encerrará nesse domingo, dia 11, com Brasil e Colômbia se enfrentando pela quarta vez nos últimos cinco anos.

Será o primeiro jogo de uma seleção brasileira de rugby no Centro-Oeste, com o Estádio Dutrinha, em Cuiabá, recebendo o duelo às 15h, hora local (16h, hora de Brasília). A partida será exibida pela ESPN2 e Star+ ao vivo.

O torneio é um triangular que ainda contou com a participação da seleção M23 (sub 23) dos Estados Unidos, que empatou com o Brasil no primeiro jogo em São Paulo, por 15 a 15, e venceu a Colômbia na última quarta-feira, 27 a 24, em Mogi das Cruzes.

Cuiabá vem sendo a casa das Yaras, como é conhecida a seleção, ao receber quatro dos cinco camps realizados para a montagem do elenco. O Melina Rugby Clube, da cidade, é a base da seleção, tendo investido na modalidade e realizado neste ano viagem à África do Sul para amistosos.

Além disso, a seleção do Centro-Oeste é a atual campeã do BR XV, o Campeonato Brasileiro Feminino de Seleções Regionais de Rugby XV, criado em 2022. Em 2023, em sua segunda edição, o BR XV está em sua fase de semifinais, sendo outro importante passo no desenvolvimento do rugby XV feminino.

Etapa inicial

Já o Americas Rugby Trophy marca a primeira parte do trabalho deste ano, com o rugby XV feminino vivendo um momento história. Pela primeira fez as Yaras têm um calendário de jogos com consolidado, uma vez que de 2019, ano da reativação da seleção, até 2022, o calendário de jogos contava com apenas uma partida internacional por temporada.

O torneio servirá de preparação para brasileiras e colombianas duelaram em julho, nos dias 5 e 9, na cidade colombiana de Medellín, em dois jogos que valerão classificação ao WXV, a nova liga mundial. O WXV será jogado em outubro, 18 times, sendo que a América do Sul conta com uma vaga.

Brasil e Colômbia se enfrentaram já três vezes na história, com três vitórias das Tucanas colombianas. Em 2019, as duas seleções foram formadas já em novo momento para o rugby XV feminino, uma vez que a América do Sul garantia pela primeira vez participação nas eliminatórias para a Copa do Mundo.

Assim, em 2019, brasileiras e colombianas duelaram em Medellín em amistoso encerrado em 28 a 7 para as Tucanas. Depois, em 2020, também em Medellín, o duelo ocorrendo valendo pelas eliminatórias e as Tucanas venceram por placar mais apertado, 23 a 19.

Pandemia

A pandemia fez o projeto ser interrompido, mas em 2022 Brasil e Colômbia duelaram pela primeira vez no Brasil, em amistoso em Mogi das Cruzes, com ouro triunfo das Tucanas por 25 a 17. Porém, já em outro momento, com o trabalho sendo realizado tendo o WXV de 2023 como objetivo primeiro, mas não único. Isso porque a Copa do Mundo de 2025 foi expandida para 16 times e terá 1 vaga direta para a América do Sul, a ser decidida em 2024.

“Tivemos momentos que erramos, mas o grupo continuou se apoiando e gostei como mantivemos a calma durante toda partida” comentou Patrícia Lima, pilar das Yaras sobre o duelo contra os Estados Unidos. Ana Carolina Santana adicionou “Foi um jogo bem duro, mesmo jogando contra atletas M23, elas tem um sistema bom, com atletas muito duras e pesadas. Foi um jogo bem difícil porem muito gostoso de se jogar”.

“Estamos trabalhando muito duro para podermos representar todo o rugby brasileiro nessas competições e nossas jogadoras estão evoluindo muito rápido na modalidade”, comentou o treinador das Yaras, o sul-africano AK Southey. “Será muito bom jogar em Cuiabá, que já é uma das nossas casas e onde temos grande apoio. O calor será um fator a nosso favor, pois estamos nos acostumando, e nos preparamos forte física e taticamente”, complementou.

Fórmula de disputa

No Americas Rugby Trophy, a vitória vale 4 pontos, o empate 2 e a derrota por 7 ou menos pontos de diferença vale 1 ponto, com derrotas maiores não rendendo pontos na classificação. Além disso, o time que faz 4 ou mais tries ganha 1 ponto a mais na classificação, o que pode elevar uma vitória a 5 pontos, por exemplo.

Ao final da segunda rodada do Americas Rugby Trophy, os Estados Unidos têm 6 pontos e saldo +3, enquanto Brasil e Colômbia somam 2 pontos cada, com o Brasil tendo saldo 0 e a Colômbia -3.

Assim, o Brasil precisa pelo menos de uma vitória por 4 ou mais pontos de diferença para ser campeão, ao passo que a Colômbia precisará vencer por 7 pontos de frente. Vitória com 4 ou mais tries servirá tanto para brasileiras como para colombianas. Para as estadunidenses, o título virá se ambas, brasileiras e colombianas, falharem nesses objetivos.

A entrada para o jogo será de 2 kg de alimento não perecível, que serão revertidos para o Projeto Social Siminina.

As Yaras convocadas

Primeira linha

Taís Gomes (Melina, MT)

Tainá “Tatá” Amorim (Melina, MT)

Patrícia “Pipoca” Lima (Melina, MT)

Júlia Leni (Curitiba, PR)

Giovana “Gi Lomu” Mamede (Jacareí, SP)

Camila Gonçalves (Curitiba, PR)

Segunda linha

Ana Carolina Santana (Melina, MT)

Sofia Marques (Band Saracens, SP)

Bárbara Leal (Charrua, RS)

Terceira linha

Natália Momberg (SãoJosé, SP)

Letícia Medeiros (Melina, MT)

Íris Coluna (Band Saracens, SP)

Dayana Dakar (Niterói, RJ)

Grasiele Bonfim (Band Saracens, SP)

Scrum-halves

Aline Mayumi (Pasteur, SP)

Patrícia Bodeman (Melina, MT)

Abertura

Raíssa Andraus (Jacareí, SP)

Centros

Amanda Araújo (Desterro, SC)

Edna Santini (São José, SP)

Pontas/Fullbacks

Ariely Faria (Maringá, PR)

Lohana Valente (Delta, PI | GRUA, AM)

Ana Júlia Dias (Melina, MT)

Tamires Costa (Melina, MT)

Na foto (de CBRu/Divulgação), a brasileira Amanda Araújo em uma das arrancadas contra os Estados Unidos.

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