Tapetão tira medalha de paratleta taubateano

Uma revisão da prova provocou alteração no resultado final e tirou a medalha de bronze do paratleta taubateano André Rocha no Mundial de Paris. A terceira colocação, valendo bronze, ficou para outro competidor.

Confira a informação na nota de repúdio divulgada pelo Programa Esporte Para Todos e enviada por Ronaldo Casarin, da assessoria de Imprensa do projeto.

A equipe de Atletismo do Programa Esporte Para Todos, de Taubaté-SP, vem por meio desta nota informar que o atleta André Rocha teve seu resultado cassado após protesto de um dos adversários no Campeonato Mundial de Paratletismo de Paris, na França.

André Rocha havia conquistado a medalha de Bronze no Lançamento de Disco F52, em prova realizada na última terça-feira (11/07). Após o final da prova, o polonês Piotr Kosewicz, que havia terminado na quarta colocação, entrou com o recurso, alegando que o segundo lançamento de André Rocha, que havia atingido 20,34m e garantido a medalha ao brasileiro, foi irregular.

O protesto alegou que André havia levantado o glúteo na execução do movimento, o que é irregular. No entanto, a arbitragem, que avalia o lançador a uma distância muito próxima, havia validado normalmente o movimento.

O júri de apelação do Campeonato Mundial acatou tal reclamação do polonês, invalidando a marca de André Rocha que terminou, portanto, na 5ª posição final com a marca de 18,55m.

O Programa Esporte Para Todos lamenta mais um caso de protesto que, de forma obscura e duvidosa, prejudica um atleta brasileiro no âmbito internacional. O próprio André Rocha perdeu a medalha de Ouro no Arremesso de Peso nos Jogos Papan Americanos de Toronto, em 2015, sob mesma circunstância.

Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, foi notório o caso do atleta Thiago Paulino, que perdeu sua medalha de Ouro após uma apelação de bastidores de um dos adversários, sem que o vídeo utilizado como prova da falta cometida fosse divulgado publicamente.

Recorrente

Se torna recorrente esse tipo de acontecimento nas provas de lançamentos e arremessos para cadeirantes, especialmente em grandes eventos internacionais, prejudicando os atletas brasileiros e tirando do âmbito competitivo a definição das medalhas.

As regras da prova são bem claras, e devidamente cumpridas pelos árbitros internacionais nos grandes eventos, porém, as provas de cadeira para o Brasil se tornaram motivo de dúvida até mesmo horas após o término da competição no campo.

O advento do protesto no Atletismo é válido, previsto no regulamento, porém não pode se tornar uma ferramenta banalizada, utilizada por aqueles que não aceitam um resultado conquistado no campo ou na pista, e que colocam em xeque a atuação da arbitragem a todo momento.

Após cada prova de lançamentos para cadeirantes, fica sempre a dúvida se algum adversário vai alegar irregularidades, por meio de filmagens amadoras e duvidosas, que acabam sendo acatadas e se sobrepõem aos resultados atestados pela arbitragem internacional competente que atua nas provas.

Repúdio

A equipe de Atletismo Paralímpico de Taubaté, enquanto um dos times de maior relevância do país e orgulhosa de ter dois atletas de grande destaque e um treinador representando o Brasil nesse Campeonato Mundial, acredita que cabe ao Comitê Paralímpico Internacional, que rege a competição, reavaliar muitos pontos a respeito das provas de cadeirantes, especialmente as de lançamentos e arremessos.

Não só André Rocha sai prejudicado deste acontecimento lamentável e questionável, mas também o Atletismo Paralímpico do Brasil.

Fica registrado nosso repúdio à forma como foi conduzida essa apelação pela organização do Campeonato Mundial de Paratletismo e total apoio ao atleta André Rocha neste momento de indignação.

Na foto (de Alessandra Cabral/CPB), André Rocha durante a disputa em Paris.

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