Morre técnico de passagem positiva pelo São José

O ex-técnico Cilinho, de trabalho positivo no São José do Paulistão 97, morreu nesta quinta-feira, em Campinas. Aos 80 anos, ele passou os últimos dois lutando contra as complicações de um AVC – Acidente Vascular Cerebral.

Antes de dirigir o São José e tirar o time do caminho de um rebaixamento de retorno à segunda divisão, Otacílio Pires de Camargo já havia se transformado em um treinador renomado. Com projeção na Ponte Preta de Campinas, no anos 70, chegou ao auge dirigindo o São Paulo na década seguinte. Foi com ele que surgiu a geração dos Menudos do Morumbi, lançando Muller, Sillas, Sidney e outros.

Em 1996, o São José conquistou o seu terceiro acesso à elite do Campeonato Paulista. O presidente Henrique Ferro, depois de quatro anos no cargo, passou o comando do clube a Antonio Márcio Hisse de Castro, da parceira Tecsat.

Alegando que era uma ação de marketing, Antonio Márcio indicou a então ex-vereadora Lindonice de Brito à presidência do São José e montou uma equipe para dirigir o futebol. Junto, chegou o técnico Cabralzinho, vice-campeão do Brasileirão 95 com o Santos.

O Paulistão abriu a temporada e com o São José recebendo o Palmeiras e empatando por 1 a 1. Depois, o time não embalou e Cabralzinho foi dispensado antes da sétima rodada, sendo substituído pelo assistente Benê Ramos.

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Cilinho chegando

Mais seis rodadas se passaram e como a campanha do time continuou sinalizando risco de rebaixamento, uma nova troca de técnico trouxe Cilinho para as 13 rodadas restantes.

Entre resultados bons e ruins, o São José somou os pontos necessários para entrar na última partida dependendo das próprias forças. Um empate em casa, com o já tranquilo Rio Branco de Americana, seria suficiente para condenar os concorrentes, que no dia da rodada fizeram a parte deles e ficaram esperando uma derrota joseense.

Contando com alguns jogadores experientes e que depois viraram técnicos conhecidos, como o zagueiro Toninho Cecílio, o volante Wagner Mancini e o goleiro Sérgio Guedes, Cilinho armou uma surpresa com o primeiro deles.

Nos treinos da semana, Toninho também foi preparado como centroavante, pois o elenco joseense tinha deficiências no setor. A defesa era resistente, mas vulnerável quando os adversários atacavam pela esquerda. Assim, Toninho seria deslocado somente em caso de extrema necessidade.

Possuindo alguns jogadores que mais tarde ficariam bem conhecidos, como o meia-atacante Marcelinho Paraíba e os volantes Mineiro e Marcos Senna, o Rio Branco abriu o placar no começo do segundo tempo. E para complicar, o meia joseense Jean Carlo foi expulso ao exagerar nos protestos contra uma decisão do correto árbitro uruguaio Julio Mato.

Restando 15 minutos para o final da partida, Cilinho passou Toninho Cecílio ao ataque e, aos 37, a alternativa resolveu o problema. O lateral-esquerdo Marcos Paulo arrancou tirando o São José da defesa e abriu na ponta direita para o atacante Kerlem. Um cruzamento em diagonal partiu para a marca do pênalti, onde Toninho chegou antes do goleiro e mandou uma cabeçada por cobertura, empatando o jogo.

Na sequência, Cilinho e os demais profissionais contratados para o campeonato foram liberados. A Tecsat decidiu ir embora e a presidente Lindonice saiu junto. Anos depois, Cilinho voltou a ser foi visto no Martins Pereira, dizendo que observava alguns jogadores que poderia indicar a amigos dirigentes de clubes.

Na foto (de uma reportagem da revista Placar), Cilinho e os Menudos do Morumbi: Muller, Sillas, Pita, Sidney e Careca.

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