Especial 3: O São José no Brasileirão 82 – Parte 16

No jogo de ida do mata-mata das oitavas de final, uma derrota com virada deixou o time em condições bem desfavoráveis. É o assunto da Parte 16 do Especial 3 do Jogando Juntos, lembrando a participação do São José no Brasileirão 82.

Entre os 16 melhores dos 40 times da Taça de Ouro e mais os quatro que vieram da Taça de Prata, o São José chegou confiante para o mata-mata das oitavas de final. Invicto no quadrangular da segunda fase, entrou na disputa com as vantagens do segundo jogo em casa e da igualdade na soma dos pontos e gols marcados.

Pela tabela dirigida, o adversário da vez era o Bangu, do patrono Castor de Andrade e com alguns jogadores bem conhecidos, como os laterais Toninho Baiano e Marco Antônio, além dos zagueiros Moisés e Tecão.

O jogo de ida foi realizado no dia 28 de março, um domingo, às 16h, no Rio de Janeiro. No estádio Proletário Guilherme da Silveira, também conhecido com Moça Bonita, 6.079 torcedores pagantes criaram um ambiente de casa cheia.

Pela sexta vez consecutiva, o São José atuou sem o ponteiro-esquerdo Nenê, contundido e novamente substituído por Niltinho. Na partida, uma opção interessante para marcar o lateral-direito Toninho Baiano, sempre forte no apoio, como pela Seleção Brasileira na Copa de 78.

Com personalidade, o São José não deixou o Bangu pressionar no começo e ainda abriu o placar, aos 11 minutos. Em uma falta levantada na área, reapareceu a eficiência do artilheiro Tião Marino na bola aérea. A arrojada cabeçada saiu do alcance do goleiro Tião.

Mantendo o ponteiro-direito Edinho bem aberto para evitar a conhecida de capacidade de armação do consagrado lateral-esquerdo Marco Antônio, o São José controlava o jogo até perder o primeiro jogador expulso. O lateral-direito Sotter errou um passe e ao tentar recuperar a bola, aplicou um carrinho acertando as pernas do ponteiro-esquerdo Wilmar.

A superioridade numérica foi aproveitada pelo time casa, até um pênalti ser descolado aos 42 minutos, gerando nova expulsão joseense. O zagueiro Darci exagerou nos protestos contra o árbitro Manoel Amaro de Lima, o pernambucano da histórica partida do milésimo gol Pelé, em 69, entre Santos e Vasco, no Maracanã. Aos 44, na cobrança, Toninho empatou.

Virada

Voltando para segundo tempo com dois jogadores a mais, o Bangu tratou de virar o placar no primeiro minuto, por intermédio do meia-atacante Luisão. Na sequência de uma partida nervosa, Tata e Toninho se desentenderam e também levaram cartão vermelho.

Animado, o Bangu tentou aumentar vantagem e conseguiu, fazendo 3 a 1 com o ponteiro-direito Pedrinho, aos 21 minutos. Mas depois de perder o atacante Wagner, o quinto expulso, desacelerou e tratou de evitar problemas defensivos, porque o São José ainda pensou em um segundo gol, com o atacante Adilson entrando no lugar do volante Gerson Andreotti.

Times e rodada

O São José, do técnico José Maria Fidélis: Ivan; Sotter, Darci, Ademir Gonçalves e Reinaldo; Gerson Andreotti (Adilson), Ademir Melo e Tata; Edinho, Tião Marino e Niltinho (Jarbas).

O Bangu, do técnico João Francisco: Tião; Toninho, Tecão, Moisés e Marco Antônio; Mococa, Lira (Índio) e Luisão; Pedrinho, Wagner e Wilmar (Marcelo).

Nos outros sete jogos da rodada de ida: Londrina 0 x 0 Santos; Bahia 1 x 1 Corinthians. Anapolina-GO 3 x 1 São Paulo; Vasco 1 x 1 Grêmio; Flamengo 2 x 0 Sport Recife; Operário-MS 1 x 1 Guarani e Ceará 1 x 2 Fluminense.

O resultado, no Rio de Janeiro, deixou o time joseense com a necessidade de vencer o jogo de volta pela mesma diferença de dois gols. Será o assunto da Parte 17 do Especial. Até lá.

Na foto (do Acervo do Bangu AC), uma das formações do time no Brasileirão de 82: Toninho, Mococa, Lauro, Tião, Moisés e Marco Antônio; Lira, Wagner, Rubens Feijão, Wilmar e Mirandinha.

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