Especial: O São José na temporada de 89 – Parte 23

A semifinal do Brasileiro da Série B, que valia uma vaga de acesso ao Brasileirão 90, é o assunto da Parte 23 do Especial Jogando Juntos, destacando a vitoriosa temporada do São José em 1989. A decisão foi no interior da Bahia.

A Catuense, da cidade de Alagoinhas, surgiu como o adversário do São José no mata-mata mais importante do campeonato. Na fase de grupos, com 14 pontos, foi a primeira colocada do Grupo G, do qual o Confiança-SE (13) levou a segunda vaga. Fluminense de Feira de Santana-BA (12), Leônico-BA (9), Sergipe (8) e Lagarto-SE (4) chegaram depois.

No primeiro mata-mata, superou o Americano de Campos-RJ (1 a 2 fora e 0 a 1 em casa). Nas oitavas de final, o Central de Caruaru-PE (1 a 0 em casa 1 a 2 fora). E nas quartas de final, o Ceará (1 a 1 fora e 1 a 0 em casa).

Como o São José somou apenas 10 pontos na fase de grupos, novamente foi para um mata-mata com o jogo de volta fora de casa. Por isso, começou recebendo o concorrente no dia 10 de dezembro, um domingo, às 16h.

Diante de 3.995 pagantes, o São José foi o mesmo das partidas anteriores. Sem força ofensiva, teve a cautela necessária para não ficar exposto a contra-ataques e ainda pôde explorar as jogadas áreas de bola parada.

Aos 44 minutos do segundo tempo, quando os visitantes já valorizavam o 0 a 0, o zagueiro Leandro fez o seu terceiro gol na competição. Em uma falta levantada da esquerda, ele subiu na segunda trave ganhando de dois marcadores e mandou uma cabeçada forte, pelo alto, no canto esquerdo.

O São José, do técnico Paulo Emílio, jogou com: Luiz Henrique; Marquinhos Capixaba, Leandro, Eugênio e Joãozinho; Pingo, Henrique e Zico; Moura (Wilson), Romildo e Paulo Sérgio (Serginho). Permaneceram no banco: Pedro Paulo, Marcelo e Raul.

A Catuense, do técnico Francisco Assis da Silva Júnior e sem substituições: Vanderlei; Rogério Vieira, Lameu, Marcílio e Miguel: Missinho, Emo e Luís Henrique; Luiz Carlos, Vandick e Esquerdinha.

O árbitro foi Paulo Roberto Chaves Duarte (RJ), com os assistentes Hilton Alves Malaquias (RJ) e Aparecido de Jesus Carlos (RJ).

A decisão

O jogo de volta foi no dia 13 de dezembro, uma quarta-feira, às 21h, em Alagoinhas e com 2.731 torcedores pagantes no estádio Antônio Carneiro.

Possuindo a vantagem do empate, o São José investiu na sua resistência defensiva e quando parecia que o o primeiro tempo terminaria 0 a 0, a Catuense criou uma boa oportunidade e abriu o placar. Aos 47 minutos, um passe aprofundado pela meia direita foi bem aproveitado pelo centroavante Vandick, que chutou forte, por baixo, no canto esquerdo.

Como o empate servia e o gol fora de casa também era critério para desempate, o São José voltou do intervalo mais ofensivo e acabou levando um susto. Aos 13 minutos, Vandick arrancou entre volantes e zagueiros, chutou forte, rasteiro e o goleiro Luís Henrique fez grande defesa.

Empolgado e empurrado pela torcida, a Catuense avançou e acabou surpreendida em um contragolpe, aos 21 minutos. O lateral-esquerdo joseense Joãozinho desarmou na intermediária defensiva e disparou. Depois de uma triangulação larga com Henrique, chegou na ponta esquerda e levantou, quase como um escanteio. Na altura da marca do pênalti, o centroavante Romildo subiu mais que a zaga e mandou uma cabeçada para baixo, no canto esquerdo. A bola tocou na base da trave e foi parar na lateral da rede do outro lado, entrando o suficiente para determinar o placar de 1 a 1.

A Catuense sentiu o golpe e o São José, com a sua destacada capacidade de marcação, levou o resultado até o final. Em nenhum momento correu o risco de tomar um segundo gol que deixaria o adversário dependendo de um terceiro.

O São José, do técnico Paulo Emílio: Luiz Henrique; Marquinhos Capixaba, Leandro, Eugênio e Joãozinho; Delacir, Pingo, Henrique e Zico (Wilson); Serginho (Marcelo) e Romildo. Permaneceram no banco: Pedro Paulo, Raul e Moura.

A Catuense, do técnico Chico Assis: Vanderlei; Toté, Lameu, Marcílio e Miguel; Marcondes (Émerson), Emo e Esquerdinha; Rogério Martins (Adelvando), Vandick e Diógenes.

O árbitro foi Pedro Carlos Bregalda (RJ), com os assistentes João José Loureiro (RJ) Teodoro Castro Lino (RJ).

Já garantido no Brasileirão 90, o São José ainda teria as finais festivas para tentar fechar a campanha com o título da Série B. Será a Parte 24 do Especial. Até lá.

Na foto (do Acervo do Museu do Esporte/SJC), Leandro, Delacir, Joãozinho e Eugênio; Zico, Pingo e Romildo.

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