Morre presidente do último Paulistão do São José

O presidente da última participação do São José em um Paulistão, Cláudio Santiago, 65 anos, morreu neste domingo ao sofrer um infarto. Antes de assumir o comando do clube, ele já colaborava e atuava como conselheiro da Portuguesa.

Empresários com postos de combustíveis em São José dos Campos, Cláudio Santiago foi convidado a colaborar com o São José no início dos anos 90. Como um conselheiro já conhecido na Portuguesa de Desportos, chegou ajudando o então presidente joseense Pedro Yves Simão, também já falecido.

Em 1992, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu ampliar o quadro de participantes do Brasileiro da Série B e armou a competição com 32 times divididos em quatro grupos regionalizados de oito. De cada grupo, após turno e returno, os três melhores subiriam à Série A de 93.

Rebaixado no Brasileirão 90, após uma manobra jurídica que devolveu ao Vitória da Bahia os três pontos tirados por utilização de jogador irregular, o São José disputou o Brasileiro da Série B de 91 sem maiores ambições. Já para 92, o então diretor e também falecido Diede Lameiro armou um time em curto espaço de tempo, com jogadores emprestados por Palmeiras, Portuguesa e Santo André.

Na Portuguesa, Cláudio Santiago conseguiu a liberação do meia-atacante Bentinho, do atacante Mathias, do volante Bento e do atacante Esquerdinha. Com eles, o time joseense foi até o último minuto de disputa buscando um gol que valeria acesso ao Brasileirão 93. O América de Belo Horizonte tinha a vantagem no empate em 0 a 0 no Mineirão e subiu junto com o Paraná e o Grêmio.

No ano seguinte, já com Henrique Ferro na presidência do São José, Santiago colaborou ao trazer alguns jogadores interessantes e com destaque para o meio-campista Cristóvão, o atual técnico Cristóvão Borges. Assim, ganhando força no conselho deliberativo do clube, veio a ser eleito presidente no final de 1998.

No Paulistão

Para o Paulistão 99, Cláudio Santiago trouxe o técnico José Galli Neto e jogadores com quais também esteve na Portuguesa, como o atacante Tiba, o zagueiro Vladimir, o goleiro Márcio Defendi e o lateral-direito Ayupe, além de um atacante que ainda iniciava uma carreira promissora, Márcio Mexerica.

O campeonato começou com os 12 times divididos em dois grupos de seis. Após 10 rodadas de turno e returno, os dois piores de cada grupo disputariam um quadrangular de descenso que livraria os dois melhores e rebaixaria os dois piores.

No Grupo 1, a Portuguesa (22 pontos), o União Agrícola Barbarense (18) e o Rio Branco de Americana (16) deslancharam. O Ituano (5) afundou rápido e o São José (11) e a Internacional de Limeira (11) ficaram na disputa até o final.

Depois da terceira rodada, Cláudio Santiago resolveu trocar o técnico e trouxe de volta Gilson Nunes, do acesso na Série A-2 de 96. Na 10ª e última, jogando em casa e contra um Barbarense que poupava a maioria dos seus titulares, o time joseense foi mal, empatou por 1 a 1 e terminou atrás da Inter de Limeira.

O técnico Gilson Nunes não voltou para o quadrangular do descenso e Ademir Mello, já falecido, foi chamado para assumir um time que estava praticamente condenado. Nas seis rodadas do quadrangular, o São José somou apenas um ponto ao sofrer cinco derrotas e registrar um empate. O Ituano (10 pontos) também caiu e o União São João de Araras (12) e o Araçatuba (12) escaparam, permanecendo na Série A-1

Após o campeonato, Santiago renunciou ao cargo de presidente do São José e deixou o vice Manoel Bueno no comando do clube. Também parou de frequentar as reuniões do conselho deliberativo joseense e concentrou as atividades na Portuguesa.

Na foto (Divulgação), Cláudio Santiago e o jornalista Ferreira Leite em um evento.

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