São José de luto pelo conquistador Diede Lameiro

O São José está de luto pelo comandante de futebol mais vitorioso da história do clube. Diede Lameiro, de 87 anos, morreu no início da madrugada desta quarta-feira, depois de passar uma semana hospitalizado por complicações de saúde. Técnico e dirigente, também marcou época em outros clubes da longa carreira.

Em um apartamento da Avenida Tívoli, com a esposa Wilma de uma convivência de mais de 60 anos, Diede conseguiu se proteger da Covid-19. No entanto, já vinha sofrendo com outros problemas e o coração, que estava fraco, acabou parando.

Nascido na cidade de Casa Branca, Diede formou-se em Educação Física e surgiu no noticiário esportivo como jogador de basquete do time de São Carlos no final dos anos 50. Vindo atuar pelo Tênis Clube São José, trocou a quadra pelo campo e virou treinador do São José, pelo qual conquistou dois acessos.

Levado pela Ferroviária, fez história em Araraquara e embalou na carreira. No final dos anos 60, chegou ao São Paulo e deixou o Trofèu Colombino na galeria do clube, vencendo o Real Madrid na final, em Huelva, na Espanha.

Com passagens marcantes por Coritiba e Guarani, nos anos 70 também dirigiu outras equipes tradicionais. Em 80, chegou ao Palmeiras onde ainda encontrou nomes da chamada Segunda Academia, como Ademir da Guia.

No início do anos 80, foi deixar a sua marca em Santa Catarina com conquistas pelo Joinville. Também passou pelo Figueirense antes de voltar a São José para cuidar da empresa de ônibus que montou para os três filhos.

Em 87, convidado pelo presidente Pedro Yves, Diede voltou ao São Jose iniciando a etapa de dirigente. Com autonomia na administração do futebol, emplacou conquistas memoráveis: acesso como vice-campeão da Divisão Intermediária (atual Série A-2) do Paulista de 87; quarta colocação no Paulistão de 88; vice-campeão do Paulistão de 89, valendo uma das duas vagas do estadual na Copa do Brasil; vice-campeão do Brasileiro da Série B de 89 e com acesso ao Brasileirão 90.

flor

Na Europa

Logo após o vice no Paulistão de 89, o São José foi convidado para amistosos na Europa, contra times das divisões de acesso da Espanha. Na primeira e única e excursão internacional do clube, Diede chefiou a delegação de um time que voltou invicto e com oito troféus.

No Brasileirão de 90, ao reforçar a equipe com o atacante Viola e o volante Luiz Carlos Goiano, Diede deu ao São José a capacidade de reagir e evitar as duas últimas posições de rebaixamento. O descenso veio depois, em uma manobra na Justiça Desportiva que devolveu os pontos perdidos pelo baiano Vitória, em justa punição por utilização de jogador irregular.

Diede voltou ao São José em algumas outras oportunidades. Ou para ajudar em fugas de rebaixamento, ou em tentativas de uma estruturação que abrangeria as categorias de base.

Mesmo sem saúde para retornar com a força que demonstrava em suas passagens, dizia que um dia ainda seria o presidente do São José para resgatar as alegrias dos seus tempos de homem forte do futebol.

Nas imagens, Diede Lameiro (de camisa verde, em pé, à esquerda) no último dia da excursão na Espanha (foto do Museu do Esporte de São José dos Campos) e na chamada de uma entrevista ao Programa Parada dos Esportes, no ano passado.

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