São José volta ao G8 vencendo jogo com racismo

O São José voltou à zona de classificação do Campeonato Paulista da Série A-2. Na noite desta quarta-feira, visitando a Portuguesa Santista, fez 3 a 0 nos 30 minutos iniciais do segundo tempo e poderia ter goleado. O goleiro do adversário sofreu ofensa racista e a partida foi encerrada antes do tempo regulamentar. No domingo virá um reencontro com a torcida, recebendo o São Bento de Sorocaba.

Valorizando a formação que começou na vitória de domingo passado sobre a Ferroviária, em Araraquara, por 1 a 0, o técnico Paulo Roberto Santos fez apenas uma mudança necessária. Ele confirmou o lateral-esquerdo César Nunes no lugar de Fellipe Borges, suspenso por expulsão.

Contra um adversário que precisava dos três pontos em casa para continuar fugindo do rebaixamento, o São José fez um primeiro tempo de marcação predominante e raros ataques que poderiam terminar em gol. Já na segunda etapa e mesmo sem substituições no intervalo, foi um time bem diferente, objetivo e demolidor.

Aos 5 minutos, o lateral-esquerdo Cesar Nunes desceu e entregou para o atacante Thiago Rubim fazer uma grande jogada e levantar na medida para o também atacante Cristiano fechar de cabeça no meio da pequena área, abrindo o placar.

No embalo, o São José foi criando outras chances até fazer 2 a 0, aos 16 minutos. Novamente pela esquerda, o volante Pablo aprofundou e o meia-atacante Rodrigo Varanda rolou da linha de fundo para trás. Thiago Rubim chegou chutando em diagonal, por baixo, no canto esquerdo.

Sabendo que o saldo de gols poderá ser decisivo no final das contas, o São José continuou com o seu volume de jogo ofensivo e após boa jogada do estreante Bruno Menezes, descolou um escanteio pela esquerda. Aos 30 minutos, o atacante Fabrício cobrou fechado e o volante Alexandre Aruá, subindo na primeira trave, cebeceou acertando o canto direito, fazendo 3 a 0.

Logo em seguida o jogo foi paralisado. Torcedores da Portuguesa Santista protestaram atrás do goleiro Tom Cristian que alegou ter sido vítima de racismo. Depois de 23 minutos de paralisação, a equipe da casa deixou o campo e a arbitragem liberou o São José também para ir embora.

“Injúria racial foi o motivo alegado pelo Delegado da FPF. Em razão do torcedor não ter sido identificado, houve a recusa dos demais atletas em prosseguir o jogo (em solidariedade ao goleiro)”, foi a informação posteriormente enviada pela assessoria de Imprensa do São José.

A disputa

A atual primeira fase tem os 16 times se enfrentando em turno único de 15 rodadas. Os oito melhores avançarão ao mata-mata das quartas de final em cruzamento olímpico (1º x 8º, 2º x 7º, 3º x 6º e 4º x 5º) e continuarão disputando as duas vagas de acesso à Série A-1. Os dois últimos cairão rebaixados à Série A-3 e os seis restantes sairão eliminados, mas mantidos na divisão.

Nas recentes temporadas anteriores, todos os times que chegaram aos 14 pontos ficaram além da zona de rebaixamento, mantendo vaga na Série A-2. Todos os que chegaram aos 22 pontos alcançaram a zona de classificação.

Depois do jogo do São José contra a Portuguesa Santista, fechando a 11ª rodada, a classificação ficou assim: 1º – Primavera de Indaiatuba (25 pontos); 2º – XV de Piracicaba (20); 3º – Capivariano e Grêmio Prudente (18); 5º – Taubaté (16); 6º – Santo André, Juventus, São José, Ferroviária de Araraquara, Oeste de Barueri, Votuporanguense e Ituano (15); 13º – Linense (11); 14º – São Bento de Sorocaba e Portuguesa Santista (9) e 16º – Rio Claro (7).

A 12ª rodada terá cinco jogos no sábado: Grêmio Prudente x Taubaté (16h), Capivariano x Primavera (15h), Santo André x Juventus (15h), Oeste x Linense (15h) e Votuporanguense x Rio Claro (18h). Outros três no domingo: São José x São Bento (16h), XV de Piracicaba x Ituano (18h) e Ferroviária x Portuguesa Santista (17h).

Depois da partida contra o São Bento, o São José receberá o XV de Piracicaba, visitará o Capivariano e fechará recebendo o Oeste.

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Os times

O São José, do técnico Paulo Roberto Santos: Ariel; Léo Pereira, João Ramos, Vitão e César Nunes; Pablo, Alexandre Aruá e Rodrigo Varanda (Martinelli 17’/2º); Cristiano (Fabrício 21’/2º), Lawan (Bruno Menezes 21’/2º) e Thiago Rubim.

A Portuguesa Santista, do técnico Maurício Ramos: Tom Cristian; Alison (João Gabriel 14’/2º), Bruno Azevedo, Wellington Vieira e Daniel (Cesinha – intervalo); Léo Mancha, Anderson Carvalho e Tom (Kadu – intervalo); Luisinho (Uéslei Brito 14’/2º), Lucas Vieira e Tcharlles (Luiz Paulo 19’/2º).

No estádio Ulrico Mursa, onde 592 pagantes proporcionaram a renda de R$ 16.700,00, a equipe de arbitragem contou com: Henrique Otto Cruz Hengstmam (árbitro), Mauro André de Freitas (assistente 1), Izabele de Oliveira (assistente 2), Vinícius Bettio (4º árbitro) e Sílvia Regina de Oliveira (analista de vídeo).

Na foto (de Flávio Hopp/Agência Briosa), o atacante joseense Cristiano diante de um marcador da Portuguesa Santista.

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