Taubaté Vôlei tem técnico animado para a próxima

O técnico argentino Javier Weber correspondeu ao substituir Renan Dal Zotto no comando do Taubaté Vôlei e agora, depois de comemorar o título da Superliga, vai encarar o desafio de manter a competitividade de uma equipe que será reformulada pela saída de titulares.

Confira uma entrevista do treinador enviada por Ronaldo Casarin, da assessoria de Imprensa do time.

Javier Weber chegou à cidade de Taubaté em meados de 2020 com uma missão: substituir Renan Dal Zotto, técnico da Seleção Brasileira, que assumira o EMS Taubaté Funvic em 2019 e levou o clube do Vale do Paraíba ao seu primeiro título de Superliga naquele ano.

Com uma equipe extremamente qualificada no papel, o experiente treinador argentino trouxe sua filosofia de jogo e conseguiu extrair de cada peça do elenco o seu máximo, levando o EMS Taubaté Funvic a ter sua temporada mais vitoriosa em número de finais e conquistas. A equipe chegou à final de todas as cinco competições que disputou, conquistando três troféus – Torneio Super Vôlei, Supercopa e Superliga – fechando com a conquista do bicampeonato nacional.

Na Superliga Banco do Brasil 2020/21, o título conquistado contra o Minas Tênis Clube (MG) foi o segundo da história do EMS Taubaté Funvic, e o segundo também de Javier Weber em sua carreira como treinador. Comandando a Unisul (SC), o técnico havia conquistado a Superliga na temporada 2003/2004.

Em entrevista, Javier Weber comentou sobre o rendimento da equipe nas semifinais e finais em Saquarema, sobre a evolução do time e destacou que os planos para sua segunda temporada à frente do EMS Taubaté Funvic são de novamente levar a equipe às finais das competições que disputar.

As finais

“Foram duas partidas completamente diferentes. Na primeira nós passamos por alguns problemas, tivemos momentos não tão bons, mas conseguimos achar as soluções, impor nosso jogo e confirmar a vitória. Na segunda final nós fizemos o melhor jogo do ano, no meu ponto de vista. Em todos os sentidos, mental, técnico e tático. Nós jogamos um jogo perfeito do primeiro ao último ponto. Sinto muito prazer em falar isso, em ver esse pico de produtividade sendo alcançado na final. E ter um elenco qualificado ajudou muito, sem dúvidas. No primeiro jogo da final o Maurício Borges não foi tão bem, foi substituído. No segundo jogo o Felipe Roque não estava tão bem, foi substituído. E quem entrou deu conta e manteve o ritmo e o volume de jogo que nós precisávamos. Esse conjunto e coesão do elenco foi o mais importante.”

Crescimento

“Se falarmos em estatísticas, o nosso time melhorou em todos os fundamentos nas fases semifinal e final da Superliga. Como exemplo, falo do saque. Vínhamos com uma porcentagem de erros de saque em 18% na temporada. Nas finais, isso caiu pra 15%, o que gerou um resultado aparente em quadra e ajudou demais a construir nossas vitórias. Vínhamos com 10% de acerto no saque, e isso subiu para 14%. Na efetividade de ataque, tínhamos 55%, e nas finais isso subiu para 60%. Então essa análise em números prova que o time se superou nas decisões. Chegamos em cinco finais, ganhando três títulos nacionais, culminando com a conquista da Superliga em uma série final espetacular. Fico muito orgulhoso da minha equipe.”

Temporada

“Foi uma temporada duríssima, porque tivemos de nos acostumar a jogar sem público, até mesmo a adaptação de não haver a troca de lado na quadra ao final de cada set, isso tivemos de nos acostumar também. E os adversários foram bem duros, Sada Cruzeiro, Minas, Vôlei Renata, todos colocaram dificuldades no nosso caminho, mas o Taubaté se superou. Nosso time começou a temporada de um jeito, e terminou de outro, muito melhor. Isso para um técnico é muito bom, ver a evolução de seus atletas coletiva e individualmente.”

A próxima

“Estou muito feliz com o acolhimento que tive aqui, feliz com o projeto e o planejamento do clube, com a estrutura que temos aqui. Taubaté hoje é uma marca no vôlei mundial. Fico orgulhoso de seguir como comandante dessa marca para a temporada 2021/2022. Estamos planejando a temporada com um trabalho para renovar o contrato de boa parte dos atletas campeões este ano, mantendo assim uma base sólida. Nossa ideia é manter um time base e ajustar as necessidades de acordo com o mercado atual, suprindo dessa forma as lacunas que os atletas que estão saindo vão deixar. Nosso trabalho está focado em fazer a reformulação natural que acontece sempre que há o final de uma temporada, mas buscando manter o patamar de um time que brigará por finais e títulos na temporada 2021/2022.”

Agradecimentos

“Gostaria de agradecer muito aos jogadores do elenco campeão, a comissão técnica que fez um trabalho excepcional, a FUNVIC, aos patrocinadores e a Prefeitura de Taubaté. Essa temporada foi claramente um trabalho em equipe. Quando se fala em jogar em equipe, não é só quem está dentro da quadra, mas toda uma estrutura, uma engrenagem que tem de funcionar bem nos bastidores e no suporte dado ao clube. Agradeço também as torcedores que, mesmo sem poder estar nos jogos conosco, fazem parte da nossa família e mandaram muito apoio mesmo de longe.”

No vôlei

Quando ainda atuava como atleta, Javier Weber era levantador, e jogando no voleibol brasileiro obteve conquistas importantes. Como jogador, foi bicampeão da Superliga atuando pela extinta equipe da Ulbra-RS, nas temporadas 1997/1998 e 1998/1999.

Como treinador, conquistou duas edições da Superliga Masculina, uma com a Unisul (SC) e agora com o EMS Taubaté Funvic.

Por seu país, Weber ganhou como atleta a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Seul 1988 e o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata 1995. Disputou também as Olimpíadas de Sydney 2000, quando na ocasião a Argentina eliminou o Brasil nas quartas de final.

Já como técnico, Weber dirigiu a Argentina entre 2008 e 2013 e seus dois melhores resultados foram o quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e a medalha de bronze no Pan-Americano de Guadalajara 2011.

Na foto (de Wander Roberto/Inovafoto/CBV), Javier Weber durante a finalíssima contra o Minas.

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